O
impacto do consumo excessivo de proteína alimentar na doença renal tem sido
estudado há muitos anos, mas ainda não há evidências suficientes que comprovem
que a alta ingestão de proteína possa causar danos renais em indivíduos
saudáveis, e que, portanto, possuem um funcionamento normal dos rins.
Um
indivíduo adulto com peso normal deve ingerir 0,8 g de proteína por kg de peso
corpóreo ao dia, ou 10 a 35% do valor calórico total da dieta sob a forma de
proteína. Diversos estudos já mostraram que a alimentação do brasileiro tem
proporção de proteínas mais alta do que o recomendado.
Algumas
explicações para a possível relação entre alta ingestão de proteína e dano
renal são de que, como os rins eliminam os produtos do metabolismo da proteína
(como uréia, amônia, dentre outros resíduos nitrogenados), seu consumo elevado
pode aumentar a taxa de filtração glomerular, causando aumento da pressão
dentro dos glomérulos. Isso pode fazer com que a função renal seja prejudicada
progressivamente. Além disso, também pode haver sobrecarga do fígado, por ser o
órgão responsável pela metabolização de aminoácidos.
Apesar
disso, alguns autores acreditam que essas alterações ocorridas na função renal
devidas ao elevado consumo de proteína são adaptações fisiológicas normais do
organismo humano, certamente que dentro de um limite da capacidade renal. Um
bom exemplo é o que acontece com as gestantes, que precisam aumentar sua
ingestão calórica total, com conseqüente aumento da proteína alimentar, e como
conseqüência aumentam em 65% a taxa de filtração glomerular. Nem por isso elas
estão em risco para desenvolverem doença renal.
Mas é
importante lembrar que, mesmo não havendo comprovações científicas de danos
renais com a ingestão elevada de proteína, podem ocorrer outros problemas. Por
exemplo, quando há excesso de proteína na circulação sangüínea, esse nutriente
será degradado e depois armazenado na forma de gordura, contribuindo para o
desenvolvimento da aterosclerose e doenças cardíacas. Além disso, uma
alimentação com altas concentrações de proteínas limita a ingestão de outros
nutrientes essenciais, necessários para o organismo humano suprir a quantidade
energética diária, pois, na maioria das vezes, a dieta deixa de ter variedade
de alimentos. Outro agravante é que o consumo em excesso de proteína causa
amento da excreção de cálcio e, portanto, diminui a utilização desse mineral.
Portanto,
estudos em longo prazo precisam ser realizados para verificar essa relação,
mas, até o momento, não é necessária a restrição na ingestão de proteína em
indivíduos saudáveis. Já para indivíduos que têm a função renal debilitada, uma
dieta restrita no consumo de proteína pode ser benéfica.
Fonte: NutriTotal.
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