Bom, vamos deixar a história moderna de lado e vamos conhecer o MMA desde o seu nascimento, onde tudo começou de ano em ano, regras, e etc… Você irá entender como surgiu a modalidade, a evolução do esporte e como o lutador pode fazer para ganhar um combate, e muito mais.
MMA: origem, evolução, regras e tudo sobre a modalidade
A sigla em inglês para Artes Marciais Mistas se refere a uma modalidade de luta onde são permitidos golpes e técnicas de luta no chão (judô, jiu-jitsu e wrestling) e em pé (boxe, muay thai e caratê). Antigamente chamado de Vale Tudo, o esporte foi criado no Brasil na década de 30 pela família Gracie, com o objetivo de mostrar a superioridade técnica da arte marcial difundida entre o clã: o Jiu-jjtsu Gracie. O conceito básico do Vale-Tudo, aos poucos, foi lapidado e chegou até o das artes marciais mistas, um esporte profissional. A modalidade ganhou o mundo pra valer a partir de 1993, com a realização do primeiro UFC. De lá para cá, obviamente, muitos nomes estiveram em destaque, onde anos mais tarde, mais precisamente em 1993, o filho mais velho de Hélio, Rórion Gracie, criou um evento de vale tudo nos Estados Unidos, o UFC. O campeão seria aquele que vencesse um torneio eliminatório de oito homens, sem limite de tempo, em que técnicas de qualquer arte marcial eram válidas.
Nessa época, as lutas eram desenvolvidas sem limite de tempo, luvas ou regras e regulamentos que garantissem a integridade física dos lutadores. Os confrontos eram, basicamente, entre praticantes de modalidades distintas que tentavam subjugar umas as outras. Foi neste contexto que os irmãos Gracie venceram diversos confrontos, popularizando o jiu-jitsu e dando fama internacional ao sobrenome da família.
As primeiras edições foram vencidas pelo irmão de Rórion, Royce, que chamou a atenção por finalizar adversários bem mais fortes e pesados sem precisar desferir socos. Estava criado o embrião do maior evento de lutas do mundo, que hoje conta com verdadeira legião de fãs, sendo o esporte que mais cresce nos últimos anos.
UFC: O MMA moderno
Em janeiro 2001, depois de sucessivas ameaças de falência e de boicotes das redes de televisão, a SEG vendeu o UFC para a Zuffa, empresa administrada pelos irmãos Frank e Lorenzo Fertitta, empresários de cassinos norte-americanos. O contrato de aquisição dos direitos do evento foi no valor de U$S 2 milhões de dólares, a medida que hoje, apenas 9 anos depois, o torneio vale cerca de U$S 1,5 bilhão de dólares.
Tamanha valorização se deve ao investimento da Zuffa na promoção do esporte como um show. Divisão dos atletas em um número maior de categorias, regulamentação junto a Comissão Atlética de Nevada, realização de eventos ao redor do mundo, reality show com lutadores da organização e jogos de vídeo games foram algumas das novidades implantadas pelos empresários que garantiram visibilidade ao esporte.
Através do esforço dos irmãos Fertitta, não só o UFC cresceu, como possibilitou ampliar o mercado e tornar possível o surgimento de diversos eventos de grande visibilidade, tais como Strike Force, WEC, Dream, Cage Rage e Bitetti Combat. Essa nova era do MMA é marcada por eventos bem organizados, atletas bem preparados e por desmistificar a imagem negativa de banalizador da violência, que era associada ao esporte.
Fique por dentro
Os combates podem ser realizados em dois “ambientes”; no ringue ou no octógono. O tempo da luta é divido em três rounds de cinco minutos com 60 segundos de descanso entre eles, com exceção às disputas de cinturão, quando a luta é definida após cinco rounds de cinco minutos.
São quatro maneiras distintas de se terminar uma luta:
- Decisão; Três árbitros acompanham as lutas na beira do octógono e são responsáveis por dar notas a cada lutador em todos os rounds. O princípio é dar 10 ao lutador mais efetivo no round e 9, ou até menos, ao adversário.
- Desistência; Ocorre quando um lutador desiste através de sinalização (verbal ou gestual) quando não se encontra em condições de prosseguir no combate, seja devido a uma contusão ou a uma finalização – golpe característico de lutas de solo. Ex: chave de braço e estrangulamento.
- Nocaute; Nocaute é quando um dos lutadores recebe um golpe que o deixa sem condições de prosseguir no combate. Esta decisão cabe ao juiz, ou aos médicos, caracterizando um nocaute técnico.
- Desqualificação: Acontece quando o árbitro do ringue interpreta que um dos lutadores aplicou um golpe ilegal intencionalmente ou efetuou algum movimento proibido de acordo com as regras repetidas vezes, como segurar nas grades.
O OCTÓGONO
Os Octógono de 750 metros quadrados, 32 metros de diâmetro e 6
metros de altura, foi criado com a segurança dos lutadores em mente.
Suas paredes e superfícies almofadadas protegem combatentes para que
eles não caiam fora do ringue. Os ângulos evitam que os lutadores fiquem
presos em um canto sem saída. O combate pode ser parado em um ringue
comum, mas no Octógono nenhuma disciplina das artes marciais tem
vantagem. Enquanto a luta está em andamento, apenas os dois lutadores e
um juiz são permitidos dentro da gaiola. Entre Rounds, os dois portões
são abertos para permitir que os cornermen e os cutmen entrem no ringue.
1- LUTADORES
O Octógono tem um canto azul e um canto vermelho, e os lutadores
são atribuídos cada um sua cor. Eles usam fita azul ou vermelha em torno
de suas luvas para indicar que eles estão em tal canto. Depois de
entrarem no ringue, os adversários esperam em seus respectivos cantos,
até o árbitro iniciar a luta.
5 - JUÍZES
Três juízes licenciados pontuam cada round de cada luta, no caso
dos dois homens ainda estarem de pé no final. Nestes casos, a luta vai
para a decisão e o vencedor é determinado pela pontuação dos juízes.
2 - ÁRBITRO
Um árbitro está fora da Octagon antes da luta para inspecionar o
corpo dos lutadores, assegurando que ninguém entre no ringue com alguma
outra arma que não seja seu corpo ou alguma escuta. Uma vez que o
lutador é inspecionado, ele entra no octógono. O árbitro dentro do
ringue garante que os lutadores cumpram as regras e, se necessário, pára
a luta.
6 - COMENTARISTAS
Joe Rogan e Mike Goldberg comentam sobre a luta ao lado da ação.
Uma vez que a luta acaba, Joe Rogan entra no ringue para entrevistar os
lutadores.
3 - CUTMEN
Cutmen são atribuídos a cada canto vermelho ou azul por sorteio.
Antes que o lutador entre na gaiola, o cutman aplica vaselina para as
sobrancelhas e bochechas, que são as áreas sujeitas a cortes. O cutmen
não entra na jaula entre as rodadas a menos que um lutador esteja
cortado ou tenha um edema facial.
7 - EXECUTIVOS DO UFC
Executivos do UFC assistem ao evento de assentos próximos ao
octógono. Eles decidem quem vai ganhar bônus no final da noite por
Melhor Luta, Melhor Nocaute e Melhor Finalização.
4 - CORNERMEN
Cornermen ou Corners existem para motivar e fornecer instrução
entre as rodadas para o lutador. Eles geralmente fazem parte de grupo
que treinou o mesmo. Apenas duas pessoas têm permissão para entrar na
gaiola para cada canto, então se um cutman é exigido, apenas um dos
Corners pode entrar entre os rounds. Os Cornermen também massageiam os
músculos, aplicam gelo e fornecem água se necessário.
8 - AS MENINAS DO OCTÓGONO &TRADE
Estas moças segurando os números dos rounds estão alí para mais do
que apenas refrescar os olhos, elas informam qual round está para
começar circulando em volta do ringue.
DE ANO EM ANO:
1993/1994 – Royce Gracie – nos primórdios da
‘internacionalização’ da modalidade, o brasileiro representante da
família mais tradicional de lutadores do mundo reinou pra valer no
octógono e venceu as edições 1, 2 e 4 do UFC.
1995 – Marco Ruas – o carioca foi vencedor do UFC 7
e estabeleceu novo padrão de luta ao misturar estilos em uma época em
que isso era quase heresia. Seu lema é “se você soca e chuta, eu agarro.
Se você agarra, eu soco e chuto”.
1996/1997 – Apareceu então a fera Mark Coleman –
onde o jiu-jitsu era dominante, mas os wrestlers norte-americanos
adaptaram o estilo da modalidade de origem, mudaram o jogo com padrão de
luta mais rústico, agressivo e eficiente. Mark Coleman foi um dos
grandes destaques da época, com títulos das edições 10 e 11.
2000 – Kazushi Sakuraba – Os eventos no Japão
começavam a ganhar força e o lutador mais carismático do país dava os
primeiros passos rumo ao estrelato que se manteria nos anos seguintes,
com vitórias contundentes sobre os membros da família Gracie e outros
atletas de ponta.
2001 - Wanderlei Silva – o curitibano apelidado de
“cachorro louco” foi o grande destaque do ano, com a conquista do
primeiro cinturão dos pesos médios do Pride. Wand manteria as atuações
de destaque durante os próximos anos até a extinção da organização
asiática e a consequente entrada para o UFC, onde está até hoje.
2002 – Rodrigo Minotauro – foi o início dos ‘anos
de ouro’ na carreira do brasileiro, com lutas e finalizações sobre
‘monstros’ da época e até hoje lembradas pelos fãs como clássicos
absolutos do esporte.
2003/2004 – Fedor Emelianenko – a grande lenda
russa do MMA teve inúmeros momentos de glória no Pride e ganhou fama de
‘invencível’ com atuações sólidas e nocautes fantásticos sobre os
maiores nomes da época.
2005 – Maurício Shogun Rua – considerado o grande
prodígio brasileiro da época, aos 23 anos Shogun venceu uma sequência
duríssima de oponentes de renome, como Rampage Jackson, Rogério
Minotouro Nogueira, Alistair Overeem e Ricardo Arona. Com o feito, se
tornou campeão do GP dos médios do Pride, considerado até hoje uma dos
torneios mais ‘casca-grossa’ da história do esporte.
2006/2010 – Anderson Silva – O Spider faturou o título dos médios
no UFC em 2006, e até hoje o mantém com maestria e soberano na
categoria. Está invicto há 14 lutas no Ultimate. É considerado o lutador
mais perfeito do mundo nos rankings pound for pound (independentes de
peso).
2011 – Jon Jones – campeão mais jovem do UFC desde
a incorporação das categorias de peso, Jones, aos 24 anos, já é
referência do esporte e encabeça a nova geração de lutadores. Em 2011,
faturou o cinturão da categoria e atestou a superioridade com mais três
vitórias convincentes, a última delas contra o Brasileiro Lyoto Machida,
a qual apagou o brasileiro no octógono.
Fonte: News MMA
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